Um levantamento da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) apurou que 70% das mães de pacientes da instituição são as provedoras da família e não mantêm qualquer tipo de contato com os pais das crianças. Cerca de 96% dos atendimentos da AACD são voltados a famílias carentes.Segundo a coordenadora do setor de Psicologia Infantil da AACD, Iracema Madalena, isto acontece porque os lares estão desestruturados. Além disso, segundo a psicóloga, o instinto maternal é, na maioria dos casos, soberano e faz com que a mãe chame a responsabilidade para si.Para Iracema, “a chegada de uma criança portadora de deficiência – tenha ela obtido a deficiência intra-útero ou não – é um problema real, que vai demandar mais dedicação e união da família, entre outros aspectos. Isso abala até mesmo casais que levavam uma vida normal. Para aqueles que já não viviam em harmonia é a sentença final”, explica.A AACD mantém um programa especial para orientar mulheres chefes de família. Após o ingresso do paciente na AACD, a mãe é integrada no conhecido como Grupo de Acolhimento. “Este programa tem por objetivo dar assistência psicológica permanente a estas mães”, diz Iracema.Entre as muitas pessoas beneficiadas com o programa da entidade está a família de Wesley dos Santos, de nove anos, que tem Paralisia Cerebral. Por conta da doença, a família de Wesley (composta por cinco pessoas), submete-se a vários gastos: remédio, transporte , roupa e alimentação. Tudo isso subsidiado por Maria Rita, que sustenta toda a família com artesanato feito durante a espera do filho na AACD.