Agricultores do município de Independência (CE) são incentivados a aproveitar melhor o estrume produzido pelas criações de gado, ovinos e caprinos. O projeto, chamado “Aduba Sertão”, garante a recuperação de áreas degradadas e melhora a produtividade das lavouras.
Foi na Fazenda Realeza, em Independência que o “Aduba Sertão” começou. O rebanho de 180 mil cabeças de ovinos, caprinos e bovinos do lugar produzia uma quantidade enorme de esterco que até então era trocada por rapadura nos municípios da região.
Há quatro anos, a história mudou. Vendo o solo arenoso e desgastado, Edilson Coutinho resolveu usar o esterco dos animais em sua plantação. ?Com a adubação orgânica, chegamos a incrementar nossa produtividade de 1,7 mil quilos para 4,2 mil quilos por hectare?, diz.
Hoje, 120 agricultores participam do “Aduba Sertão”. O produtor se cadastra e a Secretaria de Agricultura faz de graça o transporte do esterco. Para cada hectare de terra são utilizadas cinco toneladas de adubo. Antes de ir para a plantação, é feito o processo de fermentação na esterqueira.
?Para que o adubo saia todo do chiqueiro e possa ir para a esterqueira sofrer um período de quarentena. Nesse período ele vai matar todas as sementes de mato, de carrapicho e todas os vermes que saem do curral?, explica o técnico agrícola Gilderlânio Lacerda. Depois da quarentena, o esterco vira adubo natural. Os resultados colhidos são evidentes.
Aparentemente não dá para ver nenhuma diferença na plantação. Mas quando se compara o resultado das espigas deste ano da para ver que o esterco faz a diferença.
Nesta safra o seu Manoel Francisco Neto consorciou o milho com a mamona. A terra adubada garantiu o crescimento das culturas e o lucro do agricultor. ?Eu achei muito grande a diferença depois que estamos adubando a terra. Primeiramente, eu tirava dez sacos de milho. Hoje, estou tirando cerca de 30 a 35 sacos no mesmo terreno?, diz.* Com informações do G1