A exposição a altos níveis de ruído, no trabalho, pode levar a diversas conseqüências ? do estresse à perda da audição. Profissionais das áreas metalúrgica, têxtil e de construção civil estão entre os mais atingidos pela perda auditiva, mas outros, como professores de ginástica e garçons, também podem ser afetados. A extensão do dano depende da intensidade do ruído, do tempo de exposição e da sensibilidade de cada pessoa.
“São Paulo está entre as cidades mais barulhentas do mundo. O nível de ruído chega a 100 decibéis”, diz Arnaldo Guilherme, otorrinolaringologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele estima que, na capital paulista, entre 10% e 15% da população apresente problemas de audição.
A perda da audição pode, ainda, prejudicar o convívio social. “A deficiência auditiva causa exclusão ? às vezes, a pessoa passa por boba”, analisa a fonoaudióloga Fernanda Zucki, co-autora de “Caminhos para a Saúde Auditiva” (editora Plexus, 224 págs., R$ 38,30).
Essa é a realidade para o prensista Jamil Fernandes, 48, que perdeu parte da audição na lida com guilhotinas e prensas. “As pessoas acham que não entendo o que dizem, repetem tudo várias vezes e fazem piadas.” Fernandes também convive com zumbido nos dois ouvidos. “De madrugada, com o silêncio, parece que o zumbido aumenta, e eu durmo pouco”, conta.
Quando não leva à lesão, o convívio com ruídos no ambiente de trabalho pode acarretar outras conseqüências. “Tentar concentrar-se com uma britadeira ao fundo pode deixar a pessoa nervosa, elevar a pressão arterial e causar dor de cabeça”, diz Ricardo Bento, otorrinolaringologista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Fonte: Com base em matéria de ambientebrasil