O artesanato produzido em Muzambinho, no sul do Estado de Minas Gerais, está nas prateleiras das lojas Tok & Stok e Le Lis Blanc. Jogos americanos, bolsas, porta-guardanapo e tapetes feitos com resíduos da indústria têxtil foram selecionados pelo Prêmio Top 100 de Artesanato, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e ganharam reconhecimento nacional.
As peças de tecelagem e outros produtos feitos por artesãos da região foram comercializados durante a IX Mostra de Artesãos do Sul das Gerais, que ocorreu em São Paulo de 11 a 14 de junho.
A produção artesanal começou com um tear nos fundos do restaurante de Eliara Guimarães Boreli. Depois de alguns anos a empresária resolveu se unir à sócia Simara Marques Bernardes para aumentar os negócios e criar a Fio Brasil. Elas participaram do Programa Sebrae de Artesanato e investiram na qualidade do produto, principalmente no design.
O reconhecimento do trabalho veio logo. Elas participaram de uma rodada de negócios e negociaram com a Tok & Stok. Atualmente elas comercializam oito tipos de produtos e mais de quatro mil unidades para a loja.
Em 2009, a produção artesanal em Muzambinho ficou entre as 100 classificadas no Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato. Inovação de produtos, respeito ao meio ambiente, eficiência produtiva e compromisso social são diferenciais considerados pelo Prêmio.
As artesãs receberam uma certificação, autorização de uso do selo Top 100 de Artesanato e divulgação de três produtos em sites e em materiais promocionais do Sebrae. Elas participaram também de uma rodada de negócios no Rio de Janeiro, que reuniu os principais compradores nacionais do segmento.
O resultado da premiação foi o aumento das vendas. No mês passado, elas receberam uma encomenda de 300 bolsas feita pela Le Lis Blanc e ainda vários pedidos de compradores do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Brasília.
A produção está a todo vapor. Cerca de 5 mil porta-guardanapos, 100 bolsas, 300 tapetes são feitos por mês. As artesãos compraram mais teares e agora produzem com um total de oito. Empregam 18 pessoas. Até o marido de Simara, Paulo da Silva, entrou no negócio para ajudar na administração e já pensa em contratar mais pessoas. ?Estamos correndo para dar conta das encomendas. Este prêmio nos trouxe mais oportunidades, principalmente a chance de aumentar as vendas. E devemos tudo isso ao Sebrae/MG?, diz Paulo.