Na primeira reunião de 2015 do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, pesquisadores alertaram que haverá chuvas abaixo da média no Norte e Nordeste e acima da média no Sul do país.
São esperadas chuvas abaixo da média especialmente na região semiárida do Nordeste e na região Norte do Brasil, com possibilidade de queimadas e incêndios em Roraima, e continuidade de precipitação acima da média na região Sul.
Essas são as tendências do clima para os próximos três meses (fevereiro, março e abril). Elas foram apresentadas, dia 16 de janeiro, na primeira reunião de 2015 do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Paulo Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI), atribuiu os resultados da avaliação do grupo à continuidade do fenômeno El Niño.
“Temos uma condição sazonal dessas três regiões onde é possível hoje cientificamente e tecnologicamente fazer essas previsões”, afirmou o especialista que conduziu as atividades do primeiro encontro do GTPCS.
Participam do grupo de trabalho, instituído pelo MCTI em novembro de 2013, as principais lideranças na área de previsão climática no País. A cada mês os especialistas se reúnem para traçar prognósticos para o trimestre seguinte. O objetivo é dar subsídios aos tomadores de decisões sobre o cenário climático que se aproxima.
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, alertou que a previsão climática para o próximo trimestre inspira atenção. Segundo ele, “o Brasil está vivendo um momento de diferentes extremos climáticos em diferentes partes do País com impactos na economia e na sociedade”.
Na abertura do encontro, que aconteceu pela primeira vez em Brasília, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, enfatizou a importância de haver previsão climática de curto prazo. “O trabalho dos pesquisadores do GTPCS já contribuiu no ano passado para reduzir os danos da seca no Nordeste e das enchentes em Rondônia”, exemplificou.
De acordo com os especialistas, para outras regiões do País não há previsibilidade climática, a exemplo do Sudeste. “O Nordeste, por exemplo, é a região com maior previsibilidade sazonal porque tem a dependência do Oceano e um tempo de variação bem lento. Na região Sudeste, o que causa chuva são as frentes frias que tem um tempo de previsibilidade de uma semana, no máximo duas”, explica Paulo Nobre.
No limite do conhecimento científico o que se pode afirmar é que as chuvas continuarão abaixo da média neste período.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação