Novo relatório mostra que, embora o percentual de doadores voluntários de sangue tenha crescido de 38,5% para 44,1% entre 2013 e 2015 na América Latina e no Caribe, ainda está longe de atingir o nível de 100% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir um suprimento de sangue suficiente e seguro para as transfusões.
Menos da metade dos doadores de sangue na América Latina e no Caribe são voluntários, de acordo com relatório divulgado dia 12 de junho pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no marco do Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho.
O novo relatório “Suprimento de sangue para transfusões nos países de América Latina e Caribe” mostra que, embora o percentual de doadores voluntários de sangue tenha crescido de 38,5% para 44,1% entre 2013 e 2015 na região, ainda está longe de atingir o nível de 100% recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir um suprimento de sangue suficiente e seguro para as transfusões.
“Todos têm o direito de esperar que o sangue que precisam esteja disponível quando necessário. Infelizmente, muitos ainda sofrem desnecessariamente e até morrem por não ter acesso a uma transfusão de sangue segura e oportuna”, afirmou a diretora da OPAS/OMS Carissa F. Etienne. “O acesso universal ao sangue seguro e de qualidade é indispensável para oferecermos cuidados de saúde integral a todos”, acrescentou.
O Caribe tem uma maior porcentagem de doadores voluntários (54,9%) que a América Latina (43,2%), bem como um número maior de pessoas doando sangue. Cerca de 71% das doações voluntárias nos países do Caribe em 2015 foram obtidas por pessoas que doaram sangue ou componentes sanguíneos pelo menos duas vezes por ano, enquanto na América Latina o número registrado foi de apenas 33,4%.
“Precisamos mudar a cultura de uma única doação motivada pela urgência para uma cultura baseada em doações repetidas e altruístas”, disse a assessora regional de Serviços de Sangue e Transplantes da OPAS/OMS, María Dolores Pérez-Rosales. “Só assim os bancos de sangue dos países da região poderão alcançar a autossuficiência e garantir que o acesso ao sangue para transfusões seja universal”.
Segundo o relatório, que inclui dados de 36 países da região, apenas dois países da América Latina e oito do Caribe obtiveram todas as suas doações de sangue provenientes de doadores voluntários não remunerados. São eles Cuba, Nicarágua, Aruba, Bermudas, Ilhas Cayman, Curaçao, Guadalupe, Guiana, Martinica e Suriname.
O relatório também apresenta dados sobre o perfil dos doadores. Do número total de doadores em 2015, tanto na América Latina quanto no Caribe, cerca de 62% eram homens e 38% mulheres. De acordo com a informação apresentada por 12 países do Caribe, a maioria dos doadores (48%) tem entre 24 e 44 anos. Na América Latina, segundo dados de seis países, o maior número de doadores (43%) tem entre 18 e 24 anos de idade.
Em 2011, apenas seis países estavam em condições de estimar suas necessidades de sangue em nível nacional. Os dados do relatório mostram que, atualmente, 14 países conhecem suas necessidades em relação ao sangue, o que facilita o planejamento das coletas.
Em relação à qualidade, os dados também apontam melhorias: quase todos os países alcançaram 100% de testagem do sangue para infecções que podem ser transmitidas pela transfusão. Além disso, 63,8% dos países da região (14 latino-americanos e nove caribenhos) contam com uma política nacional de sangue, 13,8% (equivalente a cinco países) mais que em 2011.
Dia Mundial do Doador de Sangue
No dia 14 de junho de cada ano, o Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado com o intuito de aumentar a conscientização sobre a necessidade de sangue seguro e componentes sanguíneos, além de agradecer aos doadores por um presente que salva vidas.
A campanha deste ano tem foco na doação de sangue durante emergências, quando a demanda por transfusões de sangue aumenta, bem como o interesse da população em ajudar. É por isso que o slogan deste ano é “O que você pode fazer? Doe sangue. Doe agora. Doe regularmente”.
As transfusões de sangue são um componente essencial dos cuidados médicos de emergência. O suprimento adequado de sangue durante esses momentos requer um serviço de transfusão bem organizado, que só pode ser assegurado com a colaboração de toda a comunidade e com uma população comprometida com doações voluntárias não remuneradas ao longo do ano.
Fonte: ONU Brasil