No dia 8 de maio, em evento para inaugurar a Semana Global de Ação contra a Violência Armada, a chefe da ONU para Assuntos de Desarmamento, Izumi Nakamitsu, lembrou que por ano são registradas aproximadamente 250 mil mortes por arma de fogo. “Armas são responsáveis por cerca de metade de todas as mortes violentas”, denunciou a dirigente, que pediu mais união dos países para pôr fim ao problema.
Segundo Izumi, para cada óbito, existem muitos mais casos de “feridos, (indivíduos) mutilados e forçados a deixar seu lar e sua comunidade”. Entre as causas do que descreveu como “pandemia da violência armada”, estão a falta de legislação e regulação adequadas, bem como lacunas na execução das leis já vigentes. Outros fatores incluem a falta de emprego e oportunidades para os jovens e também para ex-criminosos.
A especialista do alto escalão das Nações Unidas acrescentou que em alguns países e comunidades, a violência armada é motivada ainda por uma cultura “que glorifica a violência e a equipara com a masculinidade”.
“O custo econômico e social da violência armada é aterrador. Existem estimativas de que quase 2 trilhões de dólares poderiam ser poupados, o equivalente a 2,6% do PIB global, caso as taxas globais de homicídios fossem reduzidas significativamente”, completou Izumi.
Na avaliação da dirigente, a semana é uma ocasião para estimular a cooperação entre organizações internacionais, regionais e governamentais, setor privado e sociedade civil.
“Se quisermos alcançar as metas ambiciosas definidas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que vincula explicitamente o desenvolvimento sustentável a segurança, precisamos enfrentar esse flagelo de frente”, disse a chefe para Assuntos de Desarmamento.
“E temos de lidar com o fator humano por trás da violência armada. É essencial que reconheçamos que a violência armada afeta mulheres, homens, meninas e meninos de forma diferente e que precisamos buscar estratégias diferentes para lidar com todas as dimensões da violência armada.”
De 18 a 29 de junho, Estados-membros da ONU se reunirão em Nova Iorque para a Terceira Conferência de Revisão do Programa de Ação para Armas de Pequeno Porte. Esse é o principal instrumento global que orienta iniciativas conjuntas dos países para combater o tráfico ilícito desse tipo de armamento.
“Esta conferência trará uma oportunidade importante para que a comunidade internacional renove seu compromisso em silenciar as armas que afetam as vidas de tantos inocentes”, afirmou Izumi.
Fonte: ONU Brasil