Uma pesquisa realizada pelo IBGE revela que as mulheres continuam ganhando menos do que os homens. Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais de 2003, divulgada no dia 24 de fevereiro, as brasileiras estudam mais, vivem mais, procuram mais emprego, estão assumindo o posto de chefe de família, mas ganham 30% menos do que os homens. Isto se explica em parte pela baixa remuneração do trabalho doméstico, segunda maior categoria empregadora entre as mulheres. Em 2003, 41,6% eram contratadas formalmente; 18,6% eram trabalhadoras domésticas; 17,5% trabalhavam por conta própria; 10,1% não tinham remuneração; 9,5% eram militares e estatutárias e 2,7%, empregadoras. Cerca de um terço dos homens (32%) ganhava, em 2003, até um salário mínimo. No caso das mulheres, o número sobe: quase metade delas (49%) recebia apenas um salário.Em 2003, o percentual de mulheres procurando emprego (12,3%) era quatro pontos maior do que o dos homens (7,8%). Entre 1993 e 2003, a proporção de famílias com mulheres na liderança da casa aumentou 30%. No mundo inteiro, as mulheres vivem mais do que os homens. No Brasil de 2003, elas morriam em média com 75 anos, 7,6 anos depois dos homens. Além disso, o número de homens que morrem por acidentes e causas violentas foi quase dez vezes maior, em 2003, do que o de mulheres (183 mortes por 100 mil habitantes contra 18 por 100 mil habitantes, respectivamente).Ainda em relação a emprego, a Síntese dos Indicadores Sociais apontou que em 2003 a taxa de desocupação foi de 9,7%. Os jovens, as mulheres e os mais escolarizados foram os mais afetados pelo desemprego. Em 2003, havia 5,1 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 a 17 anos) trabalhando. O dado preocupante é que 1,3 milhão tinham entre cinco e 13 anos de idade, contingente equivalente à população de Tocantins. A pesquisa apontou ainda uma diminuição parcial da desigualdade entre os ricos e pobres, causada pela queda na remuneração de todas as faixas da população. O rendimento médio dos ricos, que era quase 23 vezes maior do que o dos mais pobres em 1993, passou a ser 18 vezes maior em 2002 e 16,9 vezes maior em 2003. Uma boa notícia é que a média de anos de estudos dos brasileiros cresceu um ano e meio ao longo da década, subindo para 6,4 anos em 2003. Outro dado positivo foi a diminuição da mortalidade infantil: em 2003 foram registrados 27 óbitos de menores de um ano, por mil nascidos vivos.