Um documento com diretrizes ambientais composto por sugestões sobre temas como florestas, saneamento e mudanças climáticas. Assim é a Plataforma Ambiental para o Brasil, lançada em agosto, pela Fundação SOS Mata Atlântica.De acordo com o diretor de Políticas Públicas da organização não governamental (ONG), Mario Mantovani, além de guiar candidatos, a plataforma também poderá ser utilizada pelos eleitores como forma de controle social dos ?discursos verdes? feitos durante a campanha.?Meio ambiente está na moda, todo mundo diz ser sustentável. Mas é preciso assumir compromissos?, observou.A chamada Plataforma Ambiental para o Brasil lista o que a ONG considera as principais questões ambientais do país e cobra respostas dos futuros governantes. O risco de mudanças que enfraqueçam a legislação ambiental e o cumprimento das metas de redução do desmatamento na Amazônia e em outros biomas estão entre as demandas apontadas aos candidatos à Presidência, ao Senado, à Câmara e aos governos estaduais.Além das diretrizes nacionais, a ONG também divulgou um texto com sugestões específicas para os estados que ainda abrigam remanescentes da Mata Atlântica. A versão para o bioma cobra a elaboração de zoneamento ecológico-econômico e regras para a ocupação urbana de áreas nativas.Baixo carbonoSegundo o ambientalista, o Brasil precisa também garantir o cumprimento da agenda de mudanças climáticas, na qual está incluída a redução de 39% das emissões de gases causadores do efeito estufa na atmosfera até 2020, no comparativo com os níveis verificados em 1990. Para atingir tal objetivo, o país precisa adotar uma economia de baixo carbono.O documento sinaliza para a necessidade de garantia dos orçamentos de estados e municípios para a questão dos efeitos das mudanças climáticas. “E quando se fala de mudanças climáticas, tem que ter uma visão de mundo”, destacou Mantovani.A medição da quantidade de carbono contida nas florestas, lembrou ele, poderá ser usada em programas de conservação em que o país recebe dinheiro para manter suas florestas em pé, ao utilizar o sistema de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd, na sigla em inglês). “É importante criarmos esse mecanismo para manter florestas em pé, com essa redução de emissões por desmatamento”, defendeu o ambientalista.A plataforma traz uma versão específica, voltada para os 17 estados que compõem a Mata Atlântica, propondo iniciativas nas agendas ambientais estaduais. Ela não pretende “salvar o mundo em poucas legislações”, assegurou Mantovani. O objetivo é dar garantias aos brasileiros de que os problemas ambientais não serão esquecidos no próximo governo, ao mesmo tempo em que estimula nos candidatos a necessidade de dar atenção a esses temas.Em breve o conteúdo estará disponível pela internet para que todos colaborem com a divulgação.